28.12.09

Peito.

Assim que o dia belo (também belo dia) cumprimentou todos os fiapos que estavam no céu e, sem nenhuma pressa, levou todos embora com ele, o ar resolveu brincar de dançar uma música lenta e fez todo o percurso que eu já havia caminhado.
Fui. Ah... o perfume era tão bom! A dança levou os pés e os bati em dois chãos, que correram em volta do meu corpo: parte em mão, parte em mente; parte em vida, parte lírica; parte perigo, parte abrigo. Eu continuei e dancei e fui e girei e deitei no colo dos dois chãos, cada um em uma parte do peito. Poderia ter escolhido a flor certa, dividido o carinho em duas partes, mas segurou minha mão o palpável e eu fui.
O apelido do par da dança do ar era medo. Avisou-me que a mão poderia me soltar e eu cairia, mas continuei a dança, aproveitei a palavra que saia como vapor na xicarazinha de café de fim-de-tarde, abracei.
O chão que não tinha mãos ficou olhando de longe, mas eu nunca tive certeza se era pra mim. A gotinha de esperança pingou na minha testa e trouxe um papel e uma caneta, então, escrevi com os dedos do meu apreço e da minha curiosidade: "E meu peito sorri para o teu".
Soltei, o papel voou até o outro chão e, olhando de lado, com os lábios sorrindo leves, rezei para que o peito aberto se tornasse lugar para que a mente, a lírica e o abrigo criassem mãos.

24.12.09

Pra Dizer Que Não Esqueço.



Merry Blues Christmas Eve!

22.12.09

Escadaria.

Há o dentro da cabeça que gira e dá nós, não sei o motivo. Se, ao invés de dissolver-se, quisesse, seria mais fácil, principalmente para mim, mas não é assim que anda acontecendo. O problema todo, na verdade, é o andar. Não o fato de andar em si, mas o tipo de passo. Dá vontade de cortar as pernas. Mesmo assim, ainda não sei se o problema vem delas.
Quando vem o giro e pergunta o que há, o motivo responde que não é nada e se distrai dando nó no que resta são na cabeça, mergulha n'água, toma em chá, e se esquece que tudo e nada são a mesma coisa. 


21.12.09

Vida.

Quando pensei que a preguiça era de todo mundo e não só parte das minhas mãos, descansei e repeti aquele carinho que se tem na literatura africana em 'pendurar os ossos' para haver renovação.
Alguns dias, depois da vida correr pela beirada do mar batendo em brisa e pés e vento nos cabelos, o embaraço do laço das tranças se distraía com a linha das costas enquanto os olhos corriam em papéis e imagens e outras vidas que eles mesmos criavam com a ajuda do que haviam conversado com a mente. A mente mentia, fazia uma mentira bonita e colocava junto dos vasos em flor, e era disso que eu tanto gostava.
A companhia, então, se debulhou em lágrimas, que lavavam a vida enquanto eu descansava no colo.
Despetalou-se porque não podia seguir em frente. Esperei a última pétala para respirar fundo e sorrir. Então, fui embora.

16.12.09

Discrepâncias da Guitarra.

O selo começou onde a maioria finca raiz: flor. Sentido e sensação caminhavam entre os dedos do toque, faziam a curva dentre os fios dos cabelos jogados no travesseiro, ouviam as letras e cantavam a música que era todas as pequenas partes dos dois que haviam se tornado uma veia única, com laço de fita na ponta. Como num susto, o copo de vinho barato caía no colo e o amor sucumbia ao perfume.  Delirava, corria e socorria os pedaços de lucidez que ainda teimavam em permanecer sorrindo para o teto, puxando-os para dentro. Sorriam para as sensações quando sentiam, caminhavam entre as contas do pescoço, pairavam sobre o surdo e o mudo, como se nada fosse música, mas música fosse tudo.
Quando o sol subiu, o som diminuiu junto com as sombras, com as mágicas e com todas as perguntas que o dia ainda tinha para fazer à noite. A lua sorriu e foi embora, e o vazio fitou as fronhas e ficou. O destino não deixou recado e o vinho havia acabado, dentro e fora do corpo, em partes da alma, nos fios dos cabelos. No peito, bateu com uma lança e deixou em carne o que era flor, mas sem nenhum sangue. À espera do retorno, a fumaça abraçava o frio e acalentava o marasmo. O que restava do resto foi à varanda e e jogou as cinzas para o andar debaixo para ver se deixava rastro ou se atraía para que tudo voltasse ao normal. Maldito normal.
O céu era o mesmo, o vazio era o mesmo e nada continuava como sempre, nada era como antes, nada era o que a tal estrada prometia. Não havia palavra, não havia chamado, não havia nem maços de cigarro empacotados em papel jornal para o consolo dos dias vazios de trabalho, e a tal filosofia do amor e música se diluiam cada dia mais em copos seguidos de desamor e em crises existenciais, sutiãs que não servem mais, caixas de bombons que somem, tensões pré-menstruais e vazios que gostam de ser mães quando convém ou quando são bem-vindas pela imaginação que cuida do desejo de simpatia. Ô, porra.
Maldito, filho duma égua, cretino, ordinário, vagabundo, salafrário, duas caras, ordinário, mentiroso, pateta, filho da puta, acéfalo, bunda mole, babaca, banana, canalha, desgraçado, hipócrita, frouxo, covarde, idiota, ignorante, larápio, malandro, nojento, retardado, ridículo, panaca, patife, repugnante, ladrão, cachorro, verme, traidor, sem-vergonha, safado... oh, infernos!





12.12.09

Reticências.

Era fio descendo a garganta e frio na espinha e calor e tremor e tempo voando sem ver que a hora já havia passado. Perdeu-se um dia.
Morri de raiva quando vi que não havia morrido pela raiva que sentia, e os fios da garganta dissolveram-se em gosto seco e sem sentido. Parecia amargo e não era. Não era doce também. Um gosto oco, talvez.
Seca e surda para o som que aguardava, sentei e não chorei. Se veio depois, não sei. Se deixou gravado em algum canto, depois eu fico sabendo.
Só o que se sabe até agora é que tudo corre entre os dedos e foge feito areia, faz pensar na neve cinza, no copo vazio e em todos os estereótipos que a palavra "só" traz no bolso e na vitrolinha.

4.12.09

The Blues Is With Stamps Again.

O pobre deste blog foi selado de novo e, desta vez, com muitos 'memes' infinitos. Agradeço o carinho, lembrança e todo o etcetera dos queridos companheiros blogueiros que indicaram seus selos para cá. Também quero deixar aqui minha admiração para quem tem paciência de criar tantos 'memes'!

Here we go again...


SELO 1













1.Linkar quem te indicou - Bruninha e Mari do Questão de Afinidade

2.Responder ao pequeno meme
2.1.Qual a sua altura? 1,76.
2.2.Qual e o seu peso? Seu sem educação.
2.3.Qual a cor do seu cabelo? Castanho escuro.
2.4.Qual e a cor dos seus olhos? Castanho esverdeado.
2.5.O que voce mudaria em você? Minha falta de sono.
2.6.Qual e a sua roupa velha preferida? Uma bata azul que comprei quando tinha 13 anos e me achava muito hippie.
2.7.Qual e o seu estilo? Bocomoco.
2.8.Voce trabalha ou estuda? Estou me formando e desempregada.
2.9.Faz o que entao? Rezo.
2.10.O que voce faz qdo acorda? Dou bom-dia pro meu cão, o Supla.
2.11.Qual e o seu alimento mantinal preferido? Café.
2.12.Como voce dorme? Quando eu durmo é de bruços.
2.13.Voce tem pesadelos? Sim.
2.14.Voce tem medo de altura? Não, mas tenho vontade de voar.
2.15.O que voce tem vontade de fazer mas tem medo? Misturar laticínios e cítricos.
2.16.O que voce nao faria nem por um milhao de dolares ( nao vale falar de politica)? Dar a bunda.
2.17.Voce tem pecados inconfessaveis? Pecado é bom porque não é pra se confessar.
2.18.Se suas paredes falassem... me pegariam de porrada, certeza.
2.19.Voce ja se apaixonou por duas pessoas? Ai, ai, ai, mimimi.... ¬¬

2.20.O que mais te faz chorar na vida? Meu medo de nada.
2.21.Qual a pessoa que mais ama na vida? Te interessa, não... ¬¬
2.22.Daria sua vida por ela? Isso eu não escolho.
2.23.O que voce acha das redes sociais? Qual prefere? São boas quando viram reais.
2.24.Voce ja conheceu alguem que conheceu na net? Sim.
2.25.Ja teve vontade de largar a net? Sim.
2.26.Voce acha um saco responder esse meme?  Parece que tenho 12 anos, no meu caderno de perguntas da escola.
2.27.Voce sabe o que significa meme? Não sei, mas deve ser algo perto de memerda, ou mimimis.


3.Indicar apenas 4 bloggueiros
Marcelo Mayer do Cranberry Sauce
Lucy do A Menina dos Olhos de Mel
Dica Borges do Eu Trilho, Trago e Assopro no Ar...
André S. Lima do Pasteu Seco


------

SELO 2


Ganhei este da feladamãe da Luna. Ela acha que me encher de memes vai poupá-la das penas da vida criminosa que ela anda levando. 

1. Enumerar cinco coisas que você gosta em um livro:
- a última frase; 
- Construção da narrativa; 
- Constução das personagens;
- Linha do tempo;
- e adoro uma desconstrução da narrativa também.

2. O que você seria capaz de fazer por um livro? 
- Procurar dois anos inteiros por ele que nem cão.

3. Quando você vai comprar um livro, o que te chama a atenção? Enumere quatro coisas.
- a última frase;
- a orelha;
- o autor;
- o título.

4. Cite as nove melhores coisas em uma amiga
respeito
- senso de humor
- companheirismo
- disposição
- paciência
- empatia.
- cachaça.
- roquenrou.
- paz e amor, bicho.

5. Indicar cinco blogs para o selo:
 1. Isabelle D'Avila do Pia Suja
 2. Silvia Caroline do Uma Libélula
 3. Mari e Bruninha do Questão de Afinidade

----

SELO 3

Sem meme (uhul!), vindo do Marcelo Mayer do Cranberry Sauce.



 ----

É isso aí, Ailson, tenquiuverimach, e tamos aí!

2.12.09

Watererrefagueidjuain, rã?