16.1.10

Contrato V.

Nega a dor que parte dos punhos. Sobe a garganta, bombeia a cabeça e fica por lá, lembrando que existe e que não quer e não vai sair dali, nem que tudo saia da raiz. Que saia da vida, então.
Caminhou tanto antes do espaço amarrado, mas rompeu as linhas uma a uma, escorrendo a tristeza e rindo do vazio que agora fica. Finca e sai correndo. Assim, funciona.
Não sorri mais com os dentes, porque já não os tem. Dá voltas na própria volta, para e continua a girar dentro de si.Cai, dorme, acorda e retorna para onde a mente ainda não foi, talvez não vá ou, se for, tropeça no meio do caminho e quebra a perna. Come. Respira. Não tem tato, tem olfato.
Se cai, retira os espinhos das mãos. Nem tudo fere quando não se quer ser ferido.

Repete.


6 comentários:

  1. Ah, esse foi um tanto quanto complexo pra minha pobre cabeça devagar acompanhar bem!

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  2. Gente, eu quero ser como voce quando eu crescer.

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  3. repete o que dói, e esquece da cura.
    e não é só tristeza que escorre, é sangue;
    loucura.

    e foi um belo, belo texto, que li por várias e várias vezes.

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  4. a mais pura verdade q eu li : "nem tudo fere quando não se quer ser ferido."

    ameeeei seus escritos! bjooo

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  5. E engole a poeira do tempo que insiste em prosseguir

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  6. "Se cai, retira os espinhos das mãos. Nem tudo fere quando não se quer ser ferido."

    Posso dizer? PERFEITO.

    Obrigada pela visita lá! ;) =* Bom domiingo!

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