4.1.10

Contrato IV.

Não quero dar fim à vida. Quando falo de vazio, não é de tristeza que traço caminho, e deve ser justamente por isso que o fim não é a solução para o que começou porque o rasgo na pele não sara. Foi justamente por causa dele que eu deixei que todos os outros surgissem. Não cuidei de nenhum deles. Trinquei as portas da mente no beco da alma com a esquina do que deveria ser.
Lembro-me do cheiro do balcão que serviu de cenário para o hálito bêbado que avisou o hálito de córrego que esperaria por mim se eu pisasse mais fundo no desejo. Não temi ter os olhos arrancados, ter que ir embora  ou trocar minha alma pelo breu para que eu tivesse o lábio desenhado no meu assim que tudo estivesse acertado.
Assinei com os meus lábios para tocá-los em outros. Consegui.
Sentei e esperei que me levassem embora. Deixaram-me.
Não ando. Tenho pernas, mas paro.
Não consigo. Não tento.
Não quero.
Preço.

4 comentários:

  1. "bêbado que avisou o hálito de córrego que esperaria por mim se eu pisasse mais fundo no desejo. Não temi ter os olhos arrancados"

    a duvisda q fica é...
    ter os olhos arrancados após ver o que se espera uma vida para ver?
    ou viver vendo o básico?

    a rachadura na pele um dia sara...
    prometo

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  2. Demora, mas cicatriza. A marca fica e ai, a gente faz dela um blues. "The blues is alright".
    Um 2010 bem melhor prá ti.

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  3. "Dias melhores virão..."

    Florzinha, que 2010 te traga muitos e sinceros sorrisos. ;) Obrigada pelo carinho de sempre!

    Beijão!

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