12.2.10

Contrato VII.

Dancei. Envolvi-me em doce, procurei os cravos e encontrei as duas rosas que você deixou sobre a mesa. 
Lembro do perfume vermelho da vida, esqueço devagar a palidez da companhia. Ainda guardo os cravos vivos que encontrei no canto da sala, caídos no chão, procurando ajuda. 
Não entendi o motivo do corredor sofrido e da insistência para que eu fitasse todas as cenas asqueirosas que foram criadas pela sua mão e eu sempre soube que não eram reais, apesar da dor. 
Feliz fico pela tentativa falha em levar embora o que não te pertencia. Foi esforço físico, medo, movimentos aleatórios, mas o flagelo falacioso das ameaças de outra vida não conseguiram me convencer que eu fui vencida, apesar da aparência. 
Há minha dama e minha criança para me proteger na ponte entre o ontem e o amanhã. Não tente de novo.

1.2.10

No Meio da Rua.

Hoje me telefonaram e pediram pra eu dar uma passada lá na Rua Augusta. Vendaram meus olhos e me largaram no meio da rua! Disseram que só iriam me tirar de lá se eu desse um depoimento.
Como não sou tonta, eu falei o que eu sabia e fui embora. Porém, estou condenada a falar alguma coisa toda segunda, senão, da próxima vez, eles me deixam vendada e pelada no meio da Augusta.

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