Como de costume, aquele banho de clichê caiu sobre a minha cabeça e eu pedia para colocar sempre mais gelo para ver se as coisas paravam de balançar tanto. Usei o dicionário de palavras xulas que vinha enriquecendo a cada dia, misturado em uma panela de sentidos Maysa com o roquenrou que eu gostava de roer.
Eu estava nua e cheia de risos, no pico no mundo de madeira, dançando o som da minha cabeça, em meio a caídas e levantadas de uma pessoa sem pernas na mente. Em determinado momento, eu olhei para o teto, vi estrelas e acordei no céu.
Voltando para a Terra, eu li o bilhete deixado embaixo de uma agenda. Pedia para esperar. Como resposta, eu fechei todas as cortinas e saí andando. Não paguei a conta.