18.1.10

Cruz Credo.

Abraçado pela onda da ventania da janela, acordei pela manhã e caí em prantos quando não encontrei o lugar certo para por os pés. Coloquei na bagagem as veias e o pulso, andei pelo caminho que encontrava e não via. Errado.
Cantei os sons que conseguia para ver se a luz abria, sorria, cantava, comeria minha alma ou a levaria embora  para entregar ao demônio dentro da terra. Quem dera fosse isso que acontecesse... serviria para muito mais e eu passaria a ter muito mais sorte do que a que me foi dada por ter o que segurar a cabeça em cima do tronco.
Engulo poeira e sal. Torço pelo engasgo.


6 comentários:

  1. "...as vezes eu quero chorar mas o dia nasce e eu esqueço..." Não é o blues, é o desejo.
    Abraço

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  2. Isso é quase suicídio?!
    Ou é apenas uma linda melodia de blues (tristeza).
    Yer Blues.
    Daniel

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  3. Desculpe-me se o comentário não tem muito a ver, mas gostei de conhecer o Robert Johnson.
    Thank you!

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  4. Tbm torço por muito mais sorte do que a que me foi dada, mas por enquanto só fico engolindo a poeira...

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  5. Você tem um jeito rasgado de escrever que muito, muito me agrada, sabe?

    Um beijo, moça!

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