O violão deitado no meu colo pedia carinho, mas eu já não sentia vontade. A xícara em cima da mesa também não queria mais ter gosto, e, como num motim, a casa toda recusou-se a ser minha.
Perguntei a ela como estaria disposta a ser dali até onde quisesse, caso nada fosse como era.
Ela respondeu, muda, mantendo-se a mesma.
O vento chamou a cortina para dançar, e ela dançou como quem não quisesse, só para fazer honra.
Meu coração não quis conversar com os olhos, então, eles resolveram tentar com o liso do teto. Era um liso tão lisinho, que os olhos acharam que era um céu e viraram mar.
Aconcheguei-me nos meus braços, segurando tudo ao meu redor que havia em mim. Quando vi que poderia estar só, mergulhei no tal mar. Ainda não saí dele.
Sigo no naufrágio de nada, com vontade de tudo.
E espero, sem pressa.
Perguntei a ela como estaria disposta a ser dali até onde quisesse, caso nada fosse como era.
Ela respondeu, muda, mantendo-se a mesma.
O vento chamou a cortina para dançar, e ela dançou como quem não quisesse, só para fazer honra.
Meu coração não quis conversar com os olhos, então, eles resolveram tentar com o liso do teto. Era um liso tão lisinho, que os olhos acharam que era um céu e viraram mar.
Aconcheguei-me nos meus braços, segurando tudo ao meu redor que havia em mim. Quando vi que poderia estar só, mergulhei no tal mar. Ainda não saí dele.
Sigo no naufrágio de nada, com vontade de tudo.
E espero, sem pressa.
era um liso como se fosse um slide. um violão de 9 cordas, como big joe willians tinha. era suspiro. e essas mesmas cordas fazem um novo blues, com cheiro de 30 anos atrás
ResponderExcluirLindo. Mesmo. Me deu vontade de nada em um naufragio de tudo.
ResponderExcluirE espero, sem pressa.
ResponderExcluirqueria conseguir ser assim
me lembrou clarice lispector.
Se pelo menos houvesse um Sr. Wilson...
ResponderExcluirÉ a espera de quem já chegou ...
ResponderExcluirPoética e mostra que a pressa é inimiga de tudo...
ResponderExcluirBeijos, Iasmim !!! =)
Olha, que uma das coisas mais lindas que já li, foi esse texto.
ResponderExcluirBlues em prosa. Muito bom!
ResponderExcluirObrigado pela visita lá no Não Me Faz Pensar. Acho que as frustrações que lá escrevo poderiam muito bem serem acompanhadas por uma diatônica (que gosto muito por sinal).
Sigo no naufrágio de nada, estamos juntos.
ResponderExcluirUma delicada melancolia!!Gostei muito!Estou te seguindo!
ResponderExcluirE eu quase pude sentir o ritmo da sua espera lenta e desassossegada.
ResponderExcluirEspera lenta
ResponderExcluire
firme!
Você escreve muito bem.
ResponderExcluirBj
Que beleza!
ResponderExcluir"O vento chamou a cortina para dançar"
ResponderExcluirGostei!
Daniel
Nossa...teu texto é de uma leveza, que sai a dançar, elegantemente, a qualquer ameaça de brisa.
ResponderExcluirLindo. Simplesmente lindo.
Depois do maremoto, certamente vem a calmaria. Basta confiar.
Obrigada pela visita lá e pela música que deixou pra mim! Adorei! Não conhecia, mas é linda linda! ;)
Beijinhos e uma maravilhosa semana!
Cuidado pra não afogar...
ResponderExcluirBjs...
Não sei nadar, já soube tocar violão e desisti, uso as cordas para me enforcar quando o tédio vem
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