Era fio descendo a garganta e frio na espinha e calor e tremor e tempo voando sem ver que a hora já havia passado. Perdeu-se um dia.
Morri de raiva quando vi que não havia morrido pela raiva que sentia, e os fios da garganta dissolveram-se em gosto seco e sem sentido. Parecia amargo e não era. Não era doce também. Um gosto oco, talvez.
Seca e surda para o som que aguardava, sentei e não chorei. Se veio depois, não sei. Se deixou gravado em algum canto, depois eu fico sabendo.
Só o que se sabe até agora é que tudo corre entre os dedos e foge feito areia, faz pensar na neve cinza, no copo vazio e em todos os estereótipos que a palavra "só" traz no bolso e na vitrolinha.
perde-se muito tempo com raiva. e raiva tem gosto estranho. como diz um conhecido, melhor fumar um cigarro, que nessas horas é nosso melhor amigo.
ResponderExcluirSeu final ficou legal. Tudo escapa mesmo pelos dedos, e parece que quanto mais a gente tenta segurra, mais as coisas vão se perdendo por aí.
ResponderExcluirexatamante meu dia hoje.
ResponderExcluirPerco muitos dias assim, sem querer perder.
ResponderExcluirsó, tipo de palavra que prefiro não escrever
ResponderExcluirAdorei esse final.. Gostei mesmo
ResponderExcluirVoltarei outras vezes aqui o/
ResponderExcluirEntão que se encha o copo para pelo menos perder o dia em grande estilo!
ResponderExcluirParace água, vento, fogo, ar. Não dá pra pegar. Jamais. Há coisas que não podemos ter. E tentar é sofrer.
ResponderExcluirDaniel