6.10.10

Das Coisas Ruins.

 Vi você estalando os dedos, olhando para o lado. Em frente ao meu corpo, andando e fugindo.
Gritei e fiquei quieta quando achava que tinha todas as vitórias, chorei quando achava que não havia solução e ri alto como pomba-gira quando achava que a soma disso tudo era bobagem maior criada pela mente. Mal sabia eu que a maior de todas as bobagens era eu mesma. 
Alguma parte de mim, além da memória, é muito mais tola. Não entende os cheiros que sente e finge que não e não entende por qual motivo Deus coloca nos sonhos o que não se quer ter dentro deles, mas ter de verdade.
Já benzi as lembranças, disse não para minha insistência, perdi noites em claro banhada à gotas d'água e cheguei a audácia de pedir que você morresse para que houvesse motivo suficiente para o não ter. Seria pouco ainda.
Quem carrega o peso do vazio são minhas entranhas. A desculpa para tudo é que eu estou vazia demais para me preencher com você. Encho-me de todas os sons do mundo.



4 comentários:

  1. "Já benzi as lembranças, disse não para minha insistência, perdi noites em claro banhada à gotas d'água e cheguei a audácia de pedir que você morresse para que houvesse motivo suficiente para o não ter. Seria pouco ainda."

    Quase me convenci que fui eu mesma que escrevi..rs

    Perfeito!

    Beijos

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  2. Olá. Fazia tempo que não vinha aqui. Parabéns. Seu blog está genial, e as escritas continuam ótimas tb. Ah, fora o som.

    Daniel

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  3. e como é que a gente explica isso?! como é que faz pra mudar?! porque eu tô num vazio danado há tanto tempo já...

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